domingo, 20 de junho de 2010

Escola Espaço Socio-cultural: o Olhar da Gestão

Jane Paula Almeida 
Maria Angélica Correia

A escola se constitui como espaço de sociabilidade e interação das relações humanas, pois a mesma é influenciada pelas experiências acumuladas pelos indivíduos no seu ambiente familiar, social e cultural. Constituindo-se em um ambiente de formação, de troca de conhecimentos, comportamentos, valores e práticas, entre alunos, professores e todos aqueles que compõem a comunidade escolar. Desta forma, eles tem a oportunidade de ampliar as suas atuações, e, no seu fazer cotidiano, revelar os elementos da cultura do contexto ao qual se insere passando a representar seu papel social como sujeitos ativos e participantes.  
Nesse jogo das relações a escola se estrutura numa dinâmica relacional e organizacional: na perspectiva relacional, ela define as ações dos sujeitos como participantes e ao mesmo tempo se apropria da problemática do contexto social e das relações coletivas para elaborar e reelaborar sua proposta, pois as práticas educativas desenvolvidas no espaço escolar interferem diretamente na realidade social. Por isso Irailde Oliveira , professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Alagoas, da área de Gestão Educacional e Práticas Educativas destaca que:
O primeiro significado aplicado à educação remete ao entendimento de que a escola é uma organização e nela se sobressai a interação entre as pessoas, que compõem a comunidade escolar, tendo como finalidade a formação humana (OLIVEIRA, )
Portanto, a mesma deve mediar conhecimento, cultura e realidade visando oferecer aos sujeitos subsídios para se desenvolverem intelectualmente exercendo ações conscientes e transformadoras em seu meio social, porém compreendendo que essas ações só podem ocorrer nas dependências das relações estabelecidas entre a comunidade escolar.
             No âmbito organizacional surge ao olhar da gestão, que se refere ao âmbito do(s) sistema(s) de educação, cujo processo de organização acarreta todo um conjunto de orientações de normas e procedimentos que caracterizam uma cultura interna, onde se espera que seja pré-estabelecida em princípios éticos rogados pela democracia estabelecida desde a Constituição de 1988. Desta forma a mesma tem como foco a construção de uma identidade participativa que conforme Libâneo:
 Asseguram a racionalização dos usos de recursos humanos, materiais, financeiros e intelectuais, assim como a coordenação e o acompanhamento do trabalho das pessoas. (LIBÂNEO; 2007, p. 293).
É importante destacar que a escola estabelece princípios e metas em suas ações, demarcando os métodos e recursos que podem ser utilizados caracterizando assim a gestão educacional. Libâneo ressalta que a gestão deve estar consciente de sua realidade, como também de seus recursos disponíveis assegurando-lhes uma utilização planejada baseada nas melhores opções possíveis para realização de seus fins.
Logo, podemos destacar que suas ações e procedimentos devem ser desenvolvidos com atividades integradas, pois essa perspectiva desencadeia a necessidade de ações organizadas, com direção e avaliação por parte de seus gestores, disponibilizando meios e condições para efetivação dos seus objetivos. Possibilitando os sujeitos refletirem sobre o significado do seu trabalho, sendo este na ordem individual e coletiva realizada na unidade escolar em relação às finalidades da educação para a sociedade brasileira.
            Desta forma a gestão educacional caracteriza-se como conjunto de organização que apresenta seu teor institucional com normas e procedimentos, assim como o pedagógico referente o trabalho desenvolvido com as pessoas que apresentam princípios de participação e valores. Esses dois aspectos vem formar uma concepção de mundo construído pela escola, onde, todo esse processo se distingui enquanto espaço cooperativo intercalando aos meios de participação social que reconhece o valor da carga trazida pelos sujeitos durante sua formação sócio-cultural estabelecida no meio do qual ele esteve inserido deste de seus primeiros anos de vida até o presente momento, acarretando influências e consequências em suas ações e concepções diante do mundo.

Contato: angelica.mcz@gmail.com 
                  janealmeidaufal@gmail.com

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Entrevista com os alunos

Entrevista com os alunos


Esta é apenas a nossa iniciação em estudo de caso. Inquietas em entender um pouco mais sobre a realidade de alunos inseridos em uma escola de rede municipal pública em Maceió, a qual se destina em atender crianças de classe baixa e desfavorecidas, as quais buscam objetivos futuros a serem cumpridos, como qualidade de vida, saúde e desenvolvimento como um todo, por isso elas expõem em suas falas que precisam estudar para ser alguém na vida. Dessa forma compreendemos que para se cumprir tais metas é necessário a elas ser concebido o direito de “viver como criança”, protegida por lei.
Para tanto, foram entrevistados cinco alunos, dois do sexo masculino e três do sexo feminino, ambos do 5º ano. Entre eles, quatro declararam ser de cor parda e um declarou-se branco. A idade dos mesmos varia entre 10 e 17 anos, vale destacar que só o de 17 anos trabalha enquanto que os demais só estudam e no horário contrário as aulas, dividem o tempo entre estudar e brincar.
Dos entrevistados, três deles já repetiu pelo menos uma vez uma determinada série. Conforme Alves: Os indicadores educacionais brasileiros tiveram, a partir de 1995, uma melhoria gradativa e significativa. Destaca-se, neste sentido, a conquista da universalização do acesso à escola no Ensino Fundamental: 97% da população de 7 a 14 anos está na escola (MEC/Inep 2002). Houve uma disparidade a respeito das atividades promovidas pela escola, pois um deles respondeu que não existia, dois responderam que havia feiras de conhecimento e projetos culturais. Os mesmos falaram que frequentam a escola porque gostam de estudar e um deles acrescentou que além de gostar de estudar frequenta-a também pela merenda. Ao serem questionados sobre a disciplina preferida, um respondeu que gosta das matérias de: história, ciências, português, geografia, artes, educação física e informática por serem disciplinas fáceis de aprender, enquanto que os demais pontuaram apenas uma, a exemplo de português, matemática e artes. As dificuldades encontradas em sala de aula são várias, vai desde ser mais velho até o relacionamento com os colegas (as conversas paralelas dos colegas que atrapalham o aprendizado dos que estão prestando atenção à aula e querem se dedicar aos estudos).
Eles colocaram que não costumam faltar às aulas, exceto quando estão doentes, vão ao médico ou precisam ficar com os irmãos em casa para a mãe resolver algo. Seus pais vão à escola quando tem reunião ou quando a coordenadora ou diretora convidam-nos a comparecer. Dos cinco, apenas um disse não ter acesso a computador na escola. Quando perguntamos o que deveria mudar na escola, entre outras coisas foram unânimes em dizer que gostaria de ter um professor de educação física. Segundo eles, a professora trata todos bem, porém é chata com os alunos bagunceiros.
Apenas um deles tem acesso à internet, utilizando na lan house e outro possui acesso à biblioteca, através de outra instituição para realizar suas leituras e pesquisas.
Ao serem indagados sobre o acompanhamento dos pais em relação aos estudos de casa, apenas três declararam que os pais verificam e ajudam-nos nas atividades.



A REPETÊNCIA ESCOLAR E OS DIFERENTES TIPOS DE CAPITAL: UM ESTUDO A PARTIR DOS DADOS DO SAEB-2001
ALVES, Fátima - PUC-Rio
ORTIGÃO, Isabel - PUC-Rio
GT: Sociologia da Educação / n.14

Por: Danierle dos Santos
Contato: daniele.ufal@gmail.com

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Resenha : Relações humanas na escola de Agostinho Minicucci

MINICUCCI, Agostinho. Relações humanas na escola. 2.ed. São Paulo: Melhoramentos, 1968.

Maria Angélica Correia BAía


Nas relações humanas o perigo é coisa de todos os dias. Deves precaver-te bem contra este perigo, deves estar sempre de olhos bem abertos: não há nenhum outro tão frequente, tão constante, tão enganador! (...) O homem, esse, destrói o seu semelhante por prazer. Tu, contudo, pensando embora nos perigos que te podem vir do homem, pensa também nos teus deveres enquanto homem.
(Séneca, in 'Cartas a Lucílio')


Professores têm culpado os pais por não darem educação aos filhos; alunos que reclamam das “marcações serradas” dos professores; e diretores que nunca estão presentes; esses são apenas algumas das constantes reclamações do contexto escolar e sem sombra de dúvida provém de séculos atrás. Muitas discussões têm aflorado sobre como estão as relações humanas nos mais diferentes espaços sociais, entretanto no momento, nos deteremos a realidade escolar. Pois, a reflexão deste tema tem aberto os olhos de educadores¹ para a importância das relações humanas, não apenas no processo de ensino aprendizagem, porém para um bom desempenho da instituição escolar como um todo.
Por isso não foi a toa que Agostinho Minicucci professor licenciado em Letras Neolatinas e em Pedagogia, também doutor em Educação e Livre-docente em Psicologia, depois de um período considerável dedicado à docência e livros publicados referentes a dinâmicas em grupo, resolveu escrever sobre as relações humanas na escola. Sem dúvida instigado pelas constantes observações do meio a que estava inserido, associada a inquietude despertada, por exemplo, nas falas de alunos, professores e funcionários das instituições escolares que deixavam explicito o impacto das relações entre os sujeitos, que consequentemente exercia influencia ao ambiente escolar.
Minicici inicia seu livro com uma afronta ao trabalho pedagógico desenvolvido nas escolas brasileiras, pois segundo ele, muito se assemelha às escolas norte americanas, por coagir a participação dos alunos os reduzindo a dependentes cívicos. Jovens e adolescentes são considerados “vegetais”, dos quais nada na instituição depende deles, extinguindo quaisquer aspirações no desenvolvimento de hábitos básicos em tomar parte da vida em comunidade. O autor cita como exemplo as responsabilidades relativas ao ambiente físico e o bem estar psicológico da escola que são relegados a administradores, zeladores e professores, eliminando toda e qualquer situação que cause experiência ao alunado e o faça refletir sobre as pessoas que vivem numa determinada comunidade e qual o seu papel para um bom desempenho de ordem social.
Ao longo dos capítulos são apresentadas falas recolhidas entre professores, alunos e diretores, em diálogos rotineiros entre si, que servem de gancho para discussões em como se encontrava as relações humanas numa perspectiva social e educacional. Apesar do mesmo ser escrito num período totalmente diferente do que hoje nosso mundo apresenta-se, sem sombra de dúvida podemos nos pegar rindo pela aproximidade das situações relatadas, embora reflitam aspectos que merecem nossa atenção.
Contudo, isso não nos faz esquecer que o olhar do autor se entrelaça em diversos momentos pela carga que o mesmo trás de uma pedagogia um tanto quanto tradicional e tecnicista , como também, sua iniciação a uma nova caminhada com o caráter mais crítico e participativo das práticas pedagógicas. Temos como exemplo, trechos que trazem algumas ideias fechadas sobre a postura do professor relatando o que ele pode ou não fazer em sala de aula, e questionários que a partir de nossa pontuação somos classificados como professores “excelentes”, “regulares” ou na pior das hipóteses nos questionam se realmente desejamos realizar um “trabalho educativo útil”; porém, também encontramos falas referentes ao envolvimento de todos na escola, o iniciação da idéia que não apenas o professor, mas todos na escola são educadores, e a perspectiva que o espaço físico e clima influenciam em todo o desempenho da instituição escolar.
Não há duvidas que as inquietações geradas pelos estudos sobre relações humanas não param e continuam presentes como objeto de pesquisa de muitos especialista. Claro que hoje temos estudiosos mais atuais que trazem novos conceitos que abrem um leque nas discussões sobre as relações como Tomas Tadeu² e Stuart Hall³. Porém para os interessados em entender melhor como se deu esse processo de intermediação o livro “As relações humanas na escola” trás em suas entrelinhas esse período de transições e conflito sobre as ideias que permeiam não apenas este tema, mas o quadro educacional brasileiro. Somos capazes de identificar e refletir sobre o processo de construção do assunto e como grandes pensadores se dispuseram a desconstituir princípios dados antes como verdades absolutas e colocá-las à prova. Realmente é uma experiência interessante!
Contato: angelica.mcz@gmail.com


Referências

ALAGOAS, Secretaria Executiva de Educação. Comitê Gestor do Plano Estadual de Educação. Plano Estadual de Educação 2006/2015. Maceió,2005.
MINICUCCI, Agostinho. Relações humanas na escola. 2.ed. São Paulo: Melhoramentos, 1968.
SÉNECA, in 'Cartas a Lucílio'. Disponível em: http://absurdo.wordpress.com/2009/03/20/cartas-a-lucilio-seneca/ . Acesso em 02 Abr. 2010.

Ideias de atividades culturais no espaço escolar

IDEIAS DE ATIVIDADES CULTURAIS NO ESPAÇO ESCOLAR

HISTÓRIA E CULTURA (ensino fundamental)
Exposição com objetos, fotografias, notícias e documentos que resgate a história da comunidade. Os alunos podem pesquisar no acervo da comunidade escolar, assim produzindo trabalhos sobre o tema com textos, ilustrações, peças teatrais etc.


RESGATANDO O CIRCO (educação infantil e fundamental)


A escola inteira seria mobilizada para trabalhar o projeto circo no bimestre, com atividades realizadas em sala e extra classe. Na proposta teria brincadeiras, contato direto com as roupas que são utilizadas para cada apresentação no espetáculo, aprender a valorizar os profissionais do circo e fazer pinturas diversas no rosto. Para finalização do projeto a escola poderia levar os alunos ao circo ou organizar um espetáculo criado pelos alunos na própria escola.


DANÇAS POPULARES (educação infantil e fundamental)

Seriam exploradas na escola as danças populares de sua região, ressaltando a importância que cada uma tem. Apresentações seriam realizadas por profissionais, em seguida os alunos conheceriam cada um (vida, quando começou a dançar, se foi difícil, etc.). Depois a escola proporcionaria aos alunos uma semana com oficinas de dança, e arte para aprender a confeccionar as roupas, e no fechamento do projeto seriam realizadas apresentações de dança pelos alunos e exposições dos materiais que foram confeccionados por eles.


MÚSICA TAMBÉM É CULTURA! (educação infantil e fundamental)


Nesse projeto seriam desenvolvidas atividades com música (cantadas e tocadas) duas vezes por semana, onde a educação infantil teriam contato com os instrumentos e diferentes sons, assim como canções acompanhadas com instrumentos trabalhados em sala
Já as crianças do ensino fundamental estudariam mais a fundo o surgimento, as características e atividades que podem ser desenvolvidas com a música, assim como também aprender a tocar canções para apresentar na finalização do projeto.

Por: Leticia Rafaelle
Contato: leticiag8@hotmail.com