sexta-feira, 18 de junho de 2010

Entrevista com os alunos

Entrevista com os alunos


Esta é apenas a nossa iniciação em estudo de caso. Inquietas em entender um pouco mais sobre a realidade de alunos inseridos em uma escola de rede municipal pública em Maceió, a qual se destina em atender crianças de classe baixa e desfavorecidas, as quais buscam objetivos futuros a serem cumpridos, como qualidade de vida, saúde e desenvolvimento como um todo, por isso elas expõem em suas falas que precisam estudar para ser alguém na vida. Dessa forma compreendemos que para se cumprir tais metas é necessário a elas ser concebido o direito de “viver como criança”, protegida por lei.
Para tanto, foram entrevistados cinco alunos, dois do sexo masculino e três do sexo feminino, ambos do 5º ano. Entre eles, quatro declararam ser de cor parda e um declarou-se branco. A idade dos mesmos varia entre 10 e 17 anos, vale destacar que só o de 17 anos trabalha enquanto que os demais só estudam e no horário contrário as aulas, dividem o tempo entre estudar e brincar.
Dos entrevistados, três deles já repetiu pelo menos uma vez uma determinada série. Conforme Alves: Os indicadores educacionais brasileiros tiveram, a partir de 1995, uma melhoria gradativa e significativa. Destaca-se, neste sentido, a conquista da universalização do acesso à escola no Ensino Fundamental: 97% da população de 7 a 14 anos está na escola (MEC/Inep 2002). Houve uma disparidade a respeito das atividades promovidas pela escola, pois um deles respondeu que não existia, dois responderam que havia feiras de conhecimento e projetos culturais. Os mesmos falaram que frequentam a escola porque gostam de estudar e um deles acrescentou que além de gostar de estudar frequenta-a também pela merenda. Ao serem questionados sobre a disciplina preferida, um respondeu que gosta das matérias de: história, ciências, português, geografia, artes, educação física e informática por serem disciplinas fáceis de aprender, enquanto que os demais pontuaram apenas uma, a exemplo de português, matemática e artes. As dificuldades encontradas em sala de aula são várias, vai desde ser mais velho até o relacionamento com os colegas (as conversas paralelas dos colegas que atrapalham o aprendizado dos que estão prestando atenção à aula e querem se dedicar aos estudos).
Eles colocaram que não costumam faltar às aulas, exceto quando estão doentes, vão ao médico ou precisam ficar com os irmãos em casa para a mãe resolver algo. Seus pais vão à escola quando tem reunião ou quando a coordenadora ou diretora convidam-nos a comparecer. Dos cinco, apenas um disse não ter acesso a computador na escola. Quando perguntamos o que deveria mudar na escola, entre outras coisas foram unânimes em dizer que gostaria de ter um professor de educação física. Segundo eles, a professora trata todos bem, porém é chata com os alunos bagunceiros.
Apenas um deles tem acesso à internet, utilizando na lan house e outro possui acesso à biblioteca, através de outra instituição para realizar suas leituras e pesquisas.
Ao serem indagados sobre o acompanhamento dos pais em relação aos estudos de casa, apenas três declararam que os pais verificam e ajudam-nos nas atividades.



A REPETÊNCIA ESCOLAR E OS DIFERENTES TIPOS DE CAPITAL: UM ESTUDO A PARTIR DOS DADOS DO SAEB-2001
ALVES, Fátima - PUC-Rio
ORTIGÃO, Isabel - PUC-Rio
GT: Sociologia da Educação / n.14

Por: Danierle dos Santos
Contato: daniele.ufal@gmail.com

Um comentário:

  1. A entrevista ficou ótima. Mas uma vez fica claro, com base em relatos de alunos de rede pública, a vontade de estudar para ser alguém em nossa sociedade, como também a importância da merenda escolar no dia-a-dia dessas crianças. Portanto, é necessário que as escolas estejam mais atentas para seus alunos, buscando junto aos órgãos competentes meios que mantenham suas crianças em sala de aula, pois como sabemos a educação é um direito de todos e o dever do Estado.

    Eunice

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